terça-feira, 16 de julho de 2013

Miras Holográficas (Red Dot's) by Nelson L. de Faria




Quando Conheci Nelson L. de Faria Autor do Livro mais conceituado sobre armas de pressão no Brasil, fiz um pedido,sem ao certo saber o que eu ia ouvir, o pedido foi que ele pudesse colaborar com nosso grupo com sua vasta experiencia sobre tiro esportivo e para nossa felicidade fui atendido por um cara com uma vasta experiencia e super simples, Grande Abraço Nelson e obrigado pela colaboração, agradecimentos também ao Glaucio Barreto que me apresentou o Nelson, abaixo uma pequena analise feita por ele em relação a Miras Holográficas (Red Dot's).




MIRAS HOLOGRÁFICAS
Muito se fala sobre miras telescópicas (lunetas) e, eu mesmo já escrevi várias linhas a respeito nos artigos para a revista Magnum e nos fóruns que participo, mas pouco se fala sobre as miras holográficas e, atendendo ao pedido do amigo Antonio Maia sobre escrever algo sobre Armas de Pressão para o grupo Airgun Belém, resolvi escrever sobre esse assunto para com exclusividade para o grupo.
As miras holográficas, conhecidas como Red Dot em referência ao ponto que na maioria das miras é vermelho, destinam-se aos tiros visados com os dois olhos abertos e são muito boas para o Atirador treinar visada rápida nos tiros instintivos aos alvos fixos e móveis. O ajuste desse tipo de mira é igual ao ajuste das lunetas e é também medido em MOA. Como sabemos MOA ou Minuto de Ângulo é a unidade de medida para ajustes de miras ópticas e representa (em valor arredondado) 1 polegada a 100 jardas ou se preferir, 2,54 cm a 91,44 metros, ou ainda, 1 cm a 36 metros. Mas no caso das miras holográficas, MOA indica também o tamanho do ponto luminoso projetado sobre o alvo e, embora nem todos os fabricantes indiquem o tamanho máximo do ponto em MOA para as suas miras, ele é o limitador para o alcance de tiro em função do tamanho do alvo. Boa parte das miras holográficas tem o ponto luminoso que se projeta com tamanho equivalente a 10 MOA, ou seja, ele cobre uma circunferência de 25,4 cm a 91,44 m ou para facilitar a grandeza, 5 cm a 18 metros. Por isso, recomenda-se o uso desse tipo de mira para tiros a alcances em torno de 25 metros, afinal, os alvos para armas de pressão, via de regra devem ser pequenos e, considerando que carabinas de pressão são consideradas precisas quando agrupam em pelo menos 3 MOA (aproximadamente 2 cm a 25 metros), para longos alcances o tamanho do ponto luminoso na mira deveria caber dentro desse campo. Obviamente, se o tamanho do ponto luminoso for conhecido, o Atirador poderá determinar melhor o alcance de tiro para determinado tamanho de alvo. Para quem se interessar em saber o tamanho do ponto luminoso de sua mira holográfica (caso não esteja indicado no manual), o procedimento é o seguinte: Providencie um alvo de circunferência 2,5 cm e o coloque a 9 metros. Se o ponto maior cobrir esse alvo, o ponto será de 10 MOA. Isso equivale a 1 polegadas a 10 jardas, ou 10 MOA. Para calcular o tamanho em MOA, multiplique o tamanho do alvo em polegada por 100 e divida pelo alcance em jardas.
De modo geral, pode-se dizer que esse é o tipo de mira mais fácil de utilizar, pois, a maioria tem ajuste automático de paralaxe e, basta posicionar o ponto sobre o alvo e atirar. Mas, é preciso atentar para uma característica particular que faz muitos Atiradores não se darem bem com as “Red Dots” e que consiste de o ponto não ter parâmetros para nivelamento, como ocorre com os retículos das lunetas. Por isso, embora seja um tipo de mira muito fácil de ser utilizada, é preciso que se adote sempre a postura mais correta ao empunhar a arma. No caso de miras abertas, o nivelamento da arma é fácil em função do enquadramento do conjunto massa e alça de mira onde a massa forma um poste vertical e, no caso das lunetas os retículos são responsáveis pela fácil detecção do nivelamento nos planos horizontal e vertical. Os Atiradores acostumados com lunetas podem observar que ao fazer a visada o retículo vertical sempre parece estar a exatos 90 graus, mas, muitas vezes isso é ilusão de ótica e pode ser verificado ao nivelar a luneta sobre a arma, empunhá-la e apontar para um canto de parede. Em muitos casos ocorrerá de o Atirador verificar que o retículo vertical não se alinha com a linha formada pelo canto da parede, embora a luneta esteja devidamente nivelada com a arma. Essa ilusão decorre do fato que ao empunharmos a carabina e fazermos a visada, inclinamos a cabeça ligeiramente. Isso acontece também com as miras holográficas, mas por tratar-se de apenas um ponto, muitas vezes o atirador não se dá conta de que a arma é empunhada ligeiramente inclinada, o que causa o fenômeno conhecido na língua inglesa como ‘CANT’ e os tiros apresentam desvio lateral. Esse é o principal motivo de alguns Atiradores não conseguirem bons agrupamentos com miras holográficas. Mas ao corrigir essa falha, o Atirador verá que a mira holográfica também o terá ajudado a condicionar melhor a empunhadura da arma e isso será fundamental para os tiros rápidos, principalmente em alvos móveis.

Nelson L. de Faria é Autor do Livro. 





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